Raquel Zimmermann não é só uma modelo de sucesso. É um ícone, palavra que vem do grego e significa "imagem". Desde 2010, ela passou de primeira top do mundo do respeitado ranking do site Models.com para um grupinho seleto de mulheres que representam as imagens femininas mais poderosas de seu tempo. Ou seja, ela chegou ao topo e extrapolou o topo. Na it-list das mais belas e poderosas, figura ao lado de outras duas brasileiras, Gisele Bündchen e Isabeli Fontana, e de estrelas internacionais, como Kate Moss e Naomi Campbell.
Esse reconhecimento, segundo a loira nascida em Bom Retiro do Sul (RS), é resultado de muito esforço, persistência e um trabalho contínuo para se superar e aprender em cada oportunidade.
Se ela imaginou que chegaria tão longe? "Sempre me surpreendo com tudo o que acontece comigo. Para começo de conversa, nunca pensei em ser modelo. Quando fui descoberta por um scouter em Porto Alegre, aos 14 anos, nem achava que eu tinha cara de mulher. Fazia o estilo grunge, jogava basquete, parecia um menino mesmo", relembra a gaúcha de 1,79 m. Com o tempo, no entanto, Raquel foi percebendo que com a ajuda de roupas certas, penteados e maquiagens elaborados, poderia se transformar no que bem quisesse.
Transformação, aliás, é uma palavra-guia em sua carreira. Os grandes profissionais da moda não se cansam de elogiar seu jeito camaleônico de ser. Luis Fiod, diretor de criação da brasileira Animale, com a qual ela mantém exclusividade há seis anos (um caso raro para os padrões nacionais) confirma essa qualidade: "Ela vive cada história com intensidade e consegue realmente dar vida aos personagens femininos que caracterizam as diferentes coleções da marca".
O beauty artist Saulo Fonseca, que já a maquiou em alguns trabalhos, entra no coro: "Raquel tem a rara qualidade do mimetismo. Pode ser uma dama da realeza, uma espanhola do século 15, um garoto rockabilly, uma deusa sexy e ainda uma mulher elegante. É a síntese do que entendemos por ‘modelo’". Raquel chegou a ouvir da própria Gisele que ela era a melhor modelo brasileira do mercado.
Esse seu estilo "mutante" já rendeu, inclusive, sugestões para que ela vire atriz. "Acho um clichê essa história da modelo que começa a atuar, mas já ouvi isso de tantos fotógrafos que comecei a pensar mais sobre o assunto e, se aparecer o projeto certo, vou analisar", diz ela.
A top até pode mostrar um pouco mais seu lado "atriz" em filmes publicitários, como o do perfume Gucci by Gucci, com direção de David Lynch, e o da marca Gareth Pugh, dirigido pelo fotógrafo Nick Knight. Os dois artistas-criadores tiveram, aliás, uma importância enorme em sua trajetória. Com Lynch, Raquel descobriu a meditação transcendental, que a levou a parar de fumar, ter alimentação mais saudável e ser mais calma. Knight, que lhe deu ótimos trabalhos, também a fez conhecer Lady Gaga, que, por sua vez, a convidou para participar do clipe Born This Way. "Por trás da figura exótica, existe uma menina muito legal e bem família", diz Raquel sobre a diva pop. "Foi uma experiência ótima trabalhar com ela. Gargalhamos muito no set."
Raquel conta que os bons trabalhos que andou colecionando nos últimos anos têm uma grande ligação com o "padrinho" Steven Meisel. Depois que o top fotógrafo a colocou na capa da Vogue Itália, primeiro em 2000 e depois em 2002, as coisas começaram realmente a acontecer: ela posou para as principais revistas e campanhas e fez desfiles em Nova York e na Europa.
Seu primeiro grande feito foi a abertura de um desfile da Prada em 2003. Logo em seguida, Raquel garantiu presença no time de beldades da Victoria’s Secret. Outros destaques? A inédita marca de estrelar três campanhas consecutivas para Louis Vuitton e o longo contrato com a poderosa empresa de cosméticos Shiseido. Também é impossível deixar de citar a campanha de Alexander McQueen na qual aparece enrolada em cobras. Em 2011, ela já apareceu (até o momento) em sete campanhas
Entre seus trabalhos mais recentes, as fotos para a grife Yves Saint Laurent a marcaram muito. Além de ter adorado trabalhar novamente com a dupla de fotógrafos Inez van Lamsweerde e Vinoodh Matadin, foi por causa dessa campanha que ela acabou conhecendo sua icon style Patti Smith. Raquel foi assistir a uma ópera que estava sendo patrocinada pela marca e esbarrou por lá com a cantora, que, assim como ela, tem um estilo clássico com uma pegada rock. "Adoro usar camisas, botas de motociclista e peças do uniforme masculino", diz a modelo, que já foi eleita a mulher mais bem vestida dos EUA pelo site Style.com.
Além de Meisel, da dupla holandesa e de Nick Knight, a lista de fotógrafos do primeiro time que trabalharam com a brasileira inclui David Sims, Mario Sonret, Patrick Demarchelier, Anne Leibovitz, Terry Richardson, Ellen von Unwerth, Mario Testino e Juergen Teller, para quem posou nua ao lado da atriz Charlotte Rampling. "Já são quase 15 anos de profissão e, à medida que o tempo passou, fui ficando mais à vontade com o meu corpo."
Na vida pessoal, a modelo é conhecida pelo seu jeito low profile. Gosta de encontrar os amigos, cuidar de suas plantas e curtir programas culturais. Já foi fã de skate, mas, depois de uma queda feia, prefere o surfe. Tocar guitarra e violão e ler livros ligados à meditação também são hobbies queridos. E, como adora aprender coisas novas, vira e mexe começa algum curso, que acaba trazendo ainda mais consistência para os projetos em que se envolve.
Os próximos desafios?"Não programo o que vai acontecer. Por enquanto, quero continuar fazendo o que faço porque é o que mais gosto. Se tudo estiver tão bom quanto agora, já será ótimo."
Legal!!! Sou seguidor...
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